CRIANDO, E NÃO COPIANDO!

Hey galera!

Mais um fazendo mangá, e hoje resolvi falar sobre algo que deve ser curiosidade e assunto de interesse de muitos que estão querendo começar a fazer seus mangás. O tema de hoje é: Como começar a criar e parar de copiar.

Todo mundo que começa a desenhar copia, creio que isso seja geral, ninguém nasce criando nada. Muitas pessoas desenham horrores (no bom sentido), são extremamente talentosas quando se trata de reproduzir outros desenhos mas pecam quando tentam fazer algo do zero, eu costumo chamar essas pessoas de xerox, NÃO é como se eu estivesse CRITICANDO, o fato de a pessoa conseguir reproduzir um desenho fielmente, pois isso é algo INCRÍVEL e é uma habilidade que eu não possuo e por isso admiro, mas o fato é que para quem está querendo fazer um mangá autoral é “obrigatório” você ter a habilidade de criar seus personagens, suas cenas, enredo e argumento. Mas como é o processo para deixar de copiar e passar a criar essas coisas? É sobre isso que vou falar agora.

Pra começar quero dizer que nada no mundo é criado do zero, isso é uma lei química, que diz “nada no universo se cria, tudo se transforma”. Essa lei se aplica a histórias, personagens e personalidades também.

Você pode fazer um enredo diferente de tudo que já se viu, mas ele vai sair de pontos conhecidos por você, pelo menos pra poder se formar ali, pegue qualquer obra, por mais original que ela seja ela contém aspectos da nossa realidade ou das nossas ficções. Então é claro que sua obra será influenciada por outras, mas essas também foram influenciadas por outras e assim por diante, contudo existe uma diferença clássica e clara entre ser inspirada e ser copiada.

O que assusta muita gente é o medo das comparações entre sua criação e outra, independente se aquilo foi ou não inspirado dali, isso acontece naturalmente com qualquer ser humano, temos uma capacidade de interpretação muito avançada que as vezes nos ajuda, outras vezes não.

Toda imagem terá uma associação então não vai ser raro alguém associar seu personagem ou história com algo que ele já tenha visto e dizer que você está copiando aquilo, você tem que entender que até os “grandes” sofrem com esse tipo de coisa, só que numa escala muito maior.

O autor de Kuroko no Basket foi ameaçado de morte por alegarem que ele estava copiando Slam Dunk, e a única semelhança entre as duas obras é serem de colegiais e basquete, nada mais.

É natural se inspirar em algo, ou em mais de uma coisa, e as pessoas vão associar sua inspiração a algo que conheçam, ms acredite em mim, se você fizer algo de qualidade, mesmo com inspirações, fazer do seu jeito no seu estilo com sua história, isso será esquecido e você terá muitos fãs que irão sem dúvida superar os críticos ignorantes que dizem que você está copiando isso ou aquilo.

Outro aspecto que envolve criação e cópia que mexe muito com quem quer fazer seu próprio mangá é o desenho, e nisso se aplicam as mesmas regras acima. Para exemplificar o que disse antes, vou contar uma experiencia minha com alegação de cópia.

Na página Jayson Santos ArtWork no facebook, há algum tempo, eu postei a sketch da concept art do Riot, personagem principal de Hooligan, o mesmo que havia sido criado em 2011, uma pessoa comentou dizendo que estava igualzinho um personagem de não sei o que, que eu nunca havia ouvido falar, esta pessoa acrescentou dizendo que até a figura do smile nas costas tinha saído de lá. Confesso que o smile eu tive inspiração para fazer, porém, foi de Watchman, do botom do Comediante, e não do tal personagem que eu nem conhecia.

 

Ou seja, isso acontece de forma muito comum e natural, existem coincidências, você pode criar um personagem aqui que é idêntico a outro personagem, o qual você não sabia da existência. Não se atinjam por isso, sua criação é sua e só você sabe de onde se inspirou ou não.

Para quem quer criar um personagem mas não consegue eu dou a seguinte dica:

Tente misturar personagens, faça o Naruto com o cabelo do Luffy e a roupa do Ichigo, na pose do Goku. Depois aos poucos vá tentando reproduzir sem olhar em nada e acrescentando características suas, mudando os olhos, a expressão, detalhes no cabelo ou na roupa. Aos poucos você vai se acostumando a não apenas reproduzir um desenho, mas sim criá-lo. Foi assim que eu comecei, espero que possa ajudar vocês também.

Para encerrar quero falar sobre referência, muitas pessoas consideram referencia uma espécie de cópia, a referencia irá te ajudar a transmitir aquilo no seu personagem, cena ou cenário. Mas vou focar nos personagens, quero primeiro deixar claro a diferença entre usar uma imagem de referencia e copiar uma imagem.

Nesses desenhos você pode entender que o primeiro reproduziu inteiramente a imagem, enquanto o segundo apenas reproduziu a pose em seu personagem.

No primeiro temos uma CÓPIA e no segundo uma REFERENCIA.

Então quer dizer que usar como referencia é copiar só uma parte? Como a pose.

Não e sim, sendo mais técnico eu diria que usar como referência, seria copiar aquilo que não afeta os direitos autorais d oque esta´endo copiado. No caso a pose não pode ser patenteada, ela é de uso geral, se você tem uma dúvida sobre como desenhar aquilo não há problema em você pegar uma imagem de referência para copiar e aprender a fazê-la. Se você considera isso plágio vou te dar o seguinte exemplo:

Se eu patentear um personagem com os braços cruzados, a partir dali todos os personagens que cruzarem seus braços estarão me plagiando? Inclusive as pessoas na rua ou tirando fotos assim? E por tanto devem me pagar direitos de uso da imagem que eu “criei”?

Uma pose, um ângulo, um enquadramento, são coisas de uso geral, portanto não podem ser consideradas plágio e nem podem ser patenteadas.

Então não se preocupe em imitar poses, e principalmente não critique quem o faz, pois quem estará sendo ignorante é você. Claro que sempre vale o bom senso, não copie poses que estão marcadas como característica de um personagem,  pois isso é quase pedir pra ser criticado, uma vez que sempre receberemos críticas, não temos de nos preocupar com as referencias, porém, uma vez que estamos fazendo mangás para os outros, se estas críticas estiverem certas, vale a pena analisar pois quem compra e banca seu mangá são os leitores e cabe ao autor dar a eles uma ótima experiência de leitura.

Espero que esse texto imenso possa ter ajudado e esclarecido algumas dúvidas. Comentem suas dúvidas e experiencia com relação a criação e cópia. Todos os comentários são lidos e devidamente respondidos.

Muito obrigado por lerem e até o próximo post!