Entrevista com Estúdio Armon 2


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Hey galera! Hoje uma entrevista muito bacana com o Fábio Gesse Dalphorno do Estúdio Armon o qual publica a Monthly Action Hiken. Conheçam essa iniciativa!

 

Action Hiken logo

1- Como surgiu a ideia da Revista? E como foi o começo?

Desde que dei início ao Estúdio Armon, como um grupo de artistas em prol de alavancar os quadrinhos brasileiros, eu tinha vontade de ter uma revista nos moldes de antologia como a Shonen Jump. Eu via empreitadas como as extintas Ação Magazine e Mangá Pride e estava louco para montar uma própria. Mas a oportunidade apareceu através de uma revista já existente, a Weekly Shonen Action que era organizada por um grupo de poucas pessoas e tinha impressos regulares de maneira bastante peculiar. O retorno financeiro deles não foi o esperado e acabaram fechando as portas e na mesma época, dois artistas de lá, vieram até o estúdio (Erix Oliver e Kleverson Lacerda) para terem nova casa para suas obras. Com o abandono da antiga Action, o Kleverson trouxe a ideia semi-morta até mim e juntos decidimos reerguer a revista, mas de maneira digital, da qual não teria problemas financeiros e daria a novos artistas, a visibilidade e apoio que eles tanto precisam. Assim a revista renasceu de maneira mensal e com o nome de Monthly Action Hiken, escolhido pelo próprio Kleverson.

 

1.5- Como você disse, foi esse Kleverson que escolheu o nome da revista, a antiga já se chamava Action, teve a alteração do Monthly pra definir a periodicidade, mas o Hiken tem algum significado/motivo especial ou algo assim?

A antiga revista se chamava Weekly Shonen Action (Ação Semanal para Garotos), e passou a ser chamada de Monthly Action por passar a ser uma revista mensal. O “Hiken” foi escolhido por dois motivos. O primeiro e mais óbvio, é uma homenagem a um personagem de One Piece que é a obra favorita do Kleverson, o Hiken no Ace (Ace dos Punhos de Fogo). Hiken é uma palavra japonesa que significa “Punhos em Chamas” e isso está diretamente ligado ao segundo significado. Como somos quadrinistas fervorosos trabalhando sem descanso para alçar voos mais altos, é como se nossos punhos estivessem em chamas enquanto desenhamos. Então o nome ficou assim, meio óbvio e meio abstrato. (Risos)

 

2- Como é feita a seleção das obras para entrar na revista? Quais são os critérios?

As primeiras obras foram de artistas remanescentes da antiga Action, o Gabriel Silva, Ingrid Oliveira e o próprio Kleverson Lacerda. Para completar as 6 vagas propostas inicialmente, fizemos um concurso de one-shots e selecionamos os restantes. Desde então, a cada 3 meses realizaremos concursos para o envio de obras e seleção de uma nova obra. Ou seja, a cada 3 meses teremos um encerramento de obra e uma nova escolhida através desses concursos para estrear como série. As obras são analisadas pelos integrantes atuais do Estúdio Armon, que são a minha equipe de confiança. Analisamos traço, roteiro, narrativa e potencial como série.

Penúltimo capítulo da primeira série da revista, que será publicado este mês.

Penúltimo capítulo da primeira série da revista, que será publicado este mês.

 

3- Como se dá o contato com os autores?

A Action possui um grupo secreto para troca de informações, novidades e envio de conteúdo. Apenas os autores que já passaram pela revista tem acesso a esse grupo. Lá dentro todos podem dar sua opinião e também revelamos os rankings das votações de popularidade. Sem falar que o inbox do Facebook também é uma forma mais direta de trocar ideia para os novos capítulos de cada um.

 

4- Quais são os objetivos e metas da revista?

O principal objetivo da revista atualmente é revelar novos artistas e dar a eles a experiência de se trabalhar com uma publicação frequente. Infelizmente ainda não temos lucro com a revista, então temos fazemos pelo amor ao quadrinho e pela experiência que ganhamos uns com os outros, mas uma das metas da revista é ter condições de ter publicações impressas num futuro a médio prazo, desde que consigamos a visualização, patrocínio e parcerias que possam fazer essas metas reais.

 

5- Quem é o público alvo?

Acho que posso dizer que são os fãs de quadrinhos em geral. Não estipulamos um nicho para trabalho como shonen, shoujo ou qualquer outro. A intenção é trazer boas histórias, independente de qual gênero e acredito que qualquer série da revista possa agradar a qualquer idade.

 

Capa de Go Go Home RUN! Próximo impresso do Estúdio Armon

Capa de Go Go Home RUN! Próximo impresso do Estúdio Armon

6- Como você vê o cenário atual de quadrinhos (em geral, como comics, mangá e cartoon) nacionais?

Se você fizesse essa pergunta há 3 anos, eu responderia de forma totalmente negativa, mas de 3 anos para cá, as coisas tem mudado bastante. Muitos artistas que eu tenho contato, tem crescido e ganhado destaque com garra e esforço e acredito que estamos aos poucos, empurrando essa enorme porta que sempre esteve fechada para os nacionais. Já conseguimos ver que existe luz através da fresta que está se abrindo. A internet tem ajudado bastante nisso e algumas editoras tem criado oportunidades muito boas para artistas nacionais ganharem mercado. A tendência é melhorar cada vez mais!

 

7- Existe a possibilidade futura de monetização da revista e remuneração dos autores?

Com certeza existe e estamos trabalhando para isso. O primeiro passo é ganhar bastante visualização. A fanpage da revista atualmente está prestes a chegar a 600 likes, mas eu calculo que precisamos de bem mais que isso para acreditar num investimento com retorno. Para traçar essa meta de crescimento conto bastante com a ajuda do Anderson, um dos artistas do meu estúdio e também com o Bernardo, criador da extinta Mangá Pride. A ideia é conseguir chegar num patamar de visualização, parceria e patrocínio que torne a revista cada vez mais atraente para novos artistas e que possa dar a eles a remuneração que tanto merecem após todo o trabalho duro.

 

8- Na sua opinião, qual a importância da revista para o mercado nacional de quadrinhos?

Estúdio Armon LogoSe tem uma coisa que ouvi muito quando peguei a revista para reerguer, é que esse tipo de revista não dá certo e que eu estava entrando num barco furado. Ouvi isso incontáveis vezes, gente falando que revistas de antologia nunca vão dar certo no mercado brasileiro. Mas eu tenho para mim que perseverar nunca é demais e que algumas coisas só mudam se a gente der o sangue para isso. O Brasil tem mesmo um histórico de revistas assim que afundaram mas acredito que a pressa é o grande defeito delas. Coisas como essa não mudam num cenário de mercado da noite pro dia. Eu não vou conseguir convencer o público que revistas assim podem ser interessantes e dar certo em apenas um ano, com certeza. É uma jornada um pouco mais longa e espinhosa mas nessa jornada, se eu contar com pessoas dispostas a dar o sangue assim como eu, acredito que não só a Action, mas mais revistas assim vão se tornar grandes produtos no mercado de quadrinhos. Basta ver os exemplos de outros países onde revistas assim foram surgindo aos poucos e se tornaram referência. Algumas pessoas podem não confiar muito nisso, mas a chave é achar que seu próprio trabalho é importante e tem um espaço reservado na mídia. Com o tempo, você consegue convencer as pessoas disso, se trabalhar duro e não desistir. Acho que é isso. (Risos)

 

Então galera essa foi a entrevista com Fábio Gesse Dalphorno idealizador da Monthly Action Hiken e Estúdio Armon, ele ainda deixou um recado exclusivo conosco: Na edição 4 da revista (este mês) será anunciado o Segundo Concurso de Oneshots e o Fábio promete surpresas! Então fiquem de olho na fanpage deles!

 

Você pode visualizar a Edição 1 da Revista logo abaixo!

 

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2 pensamentos em “Entrevista com Estúdio Armon

  • Fábio do Estúdio Armon

    Ficou massa! Nós agradecemos a entrevista e o espaço para divulgar o nosso trabalho, cara!
    Teu site é massa e gostei de ter trocado ideia contigo! Espero que tenhamos uma parceria firme e duradoura e elevemos o trabalho um do outro sempre! Em breve o entrevistado vai ser tu, hein! Haha!

    Abraços!

    • instintomangaka Autor do post

      Foi muito bom poder trocar uma ideia com você cara e conhecer mais a revista e os pensamentos por trás dela, existem muitas pessoas querendo viabilizar sua produção de mangás aqui no Brasil, e iniciativas como a sua, podem tornar isso realidade. por isso acredito na importância de realizar essa entrevista! E pode marcar que eu terei todo o prazer em responder suas perguntas! ^^
      Boa sorte pra gente! Um abraço